Promova sua Saúde Mental
Promover saúde não é só evitar doenças. É nos permitir desfrutar a vida que temos com a maior plenitude possível. Pouco tem se estudado ainda sobre como ser mais feliz. O assunto é digno de uma discussão científica e humanística permanente; ou mesmo de um blog. Aqui apenas faço um resumo de algumas influências de minha prática profissional ao longo destes anos.
Algumas informações tem vindo principalmente do campo da chamada Psicologia Positiva, que defende que os três pilares de uma vida mais feliz são: termos prazer na vida, termos as necessidades básicas minimamente satisfeitas, e termos um propósito para significância na vida. Em relação a este último, é cada vez mais notório a contribuição do cultivo pessoal da espiritualidade e/ou religiosidade.
No campo da promoção de saúde mental infanto-juvenil, que é onde deveríamos começar esta reflexão, há um trabalho da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, que merece ser citado. Em um capítulo do Tratado de Saúde Mental da Infância e Adolescência da IACAPAP (consulte este capítulo aqui), pesquisadores tem apontado os principais fatores de risco para adoecimento mental.
- Baixo comprometimento escolar e desempenho acadêmico
- Preocupações excessivas com a imagem corporal
- Comportamento agressivo e violência física
- Uso de substâncias
- Comportamento antissocial e interação com colegas antissociais
- Violência familiar e dificuldades de saúde mental dos pais, incluindo comportamento antissocial
- Pais negligentes ou com dificuldade de administrar a família
- Falta de pré-natal
- Baixo nível socioeconômico
- Gravidez não planejada
- Uso materno de substâncias durante a gravidez
- Desemprego dos pais
- Estresse nos pais
Apesar de se ver que a solução destes problemas não é nada fácil, conhecê-los é um caminho para cada família e comunidade pensar em soluções. O trabalho cita, por exemplo, uma vasta gama de programas psicossociais preventivos, nas escolas ou direcionado a famílias, que tem se associado a melhores indicadores de saúde mental. Vale a pena a leitura para inspirar as iniciativas em nosso país.
Entretanto, voltando ao tema de promoção de saúde mental, os pesquisadores citam uma investigação que tem sido desenvolvida sobre o papel de quatro componentes – boa nutrição, música, esportes e programas de mindfulness (ou “Atenção Plena”, como tem sido traduzido no Brasil). O estudo está em andamento e deve revelar resultados nos próximos anos. Entretanto, parece bastante lógico que boa alimentação, atividade física, diversão de cunho afetivo e manter nossos pensamentos mais no presente que no futuro ou no passado sejam excelentes recomendações para se desfrutar da vida.
Um autor clássico da literatura em psicologia e psiquiatria é John Bowby. Ele estudou a importância de nos apegarmos saudavelmente às pessoas – um processo que começa na primeira infância. E isso explica o quanto podemos ser felizes quando temos relações interpessoais saudáveis. É isso que deve nos motivar a buscar relações familiares mais maduras.
Por fim, e puxando a brasa para nosso assado, defendo que para tudo isso é preciso nos livrarmos de pensamentos disfuncionais, que só nos fazem permanecer em sofrimento. Daí vem meu apreço às Terapias Cognitivas, que ao auxiliar na reciclagem de pensamentos que já não nos servem mais, nos ajuda a priorizar uma saúde mental melhor, e abrir os olhos para atuar nos diversos fatores e com os vários instrumentos citados aqui.
Flávio Dias Silva
Médico Psiquiatra.
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Dr. Flávio Dias
Médico Psiquiatra, CRM TO 2736 | RQE 1213
Médico pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Especialista em Psiquiatria pelo Instituto Abuchaim, Porto Alegre/RS, 2011, com Título de Especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria
Danitsa Lisbôa
Psicóloga, CRP 23/ 1643
Psicóloga formada pela Universidade Luterana, Palmas/TO.
Especialista em Terapias Cognitivas pela Cognitiva Scientia/ SP.